Demências

É preciso evitar o processo de "alzheimerização" das demências, como forma de entender e cuidar melhor de nosso paciente.

É comum no nosso dia a dia depararmos com vários casos de pacientes com diagnóstico de Alzheimer. "Meu tio está com Alzheimer, minha vizinha está com Alzheimer, o paciente que eu cuido tem Alzheimer ... e por aí vai."

O Alzheimer é considerado uma demência, porém existem outras variedades de demências, como a vascular e a fronto-temporal, que também tem o comprometimento da memória. Diagnosticar o tipo de demência nem sempre é uma tarefa simples para o médico, demandando muita das vezes a necessidade de realização de exames complementares, testes das funções cerebrais e até exames mais específicos. A entrevista com os familiares também é de suma importância para se fechar o diagnóstico.

Dentre as demências, o Alzheimer é a mais comum, responsável por cerca de 70% dos casos. A maioria dos pacientes apresenta os primeiros sinais na velhice, mas em 5% a manifestação ocorre antes dos 60 anos. A memória recente é muito afetada, e no decorrer no tempo, a linguagem e a orientação (onde estou, que dia é hoje, que cidade moro etc) também vão se agravando. Em fases avançadas, surgem problemas relacionados à marcha e à deglutição.

Na demência fronto-temporal, o paciente tem o comportamento e a linguagem comprometidas, e surge na maioria das vezes antes dos 55 anos. As principais alterações comportamentais são desinibição, impulsividade e hipersexualidade.

Em suma, nem todo paciente que apresenta alteração de memória e de comportamento, podemos dizer que "está com Alzheimer". Vale lembrar, que o diagnóstico tem que ser feito por um médico especialista. Cabe à enfermagem e aos cuidadores de idosos, cuidarem da melhor forma possível, ter paciência e compreender os períodos de confusão mental, agressividade, impulsividade decorrentes da doença, ter muito carinho e amor, para que os pacientes, dentro de suas limitações, tenham uma melhor qualidade de vida.

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